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A VINGANÇA DA NATUREZA

A mais imediata vingança da natureza contra o ímpeto devastador que todo ano desmata entre 30 a 40 mil quilômetros quadrados só na Amazônia,  mostra a realidade da transmissão de doenças ao homem. A malária está fora de controle e a tendência é aumentar, com a contínua e desordenada ocupação humana que afugenta os animais silvestres cujo sangue serve de alimento para os mosquitos, levando os insetos a buscar o sangue no próprio homem. Com o desmatamento e o desaparecimento dos animais, o inseto que transmite a leishmaniose, febre amarela e a dengue – antes exclusivo das florestas – se adaptou às áreas alteradas pelo homem e agora avança em direção aos centros urbanos, com uma volúpia jamais vista na atualidade. A febre amarela e a dengue possui agente etiológico praticamente igual.  Porquê nesse momento existem uma grande quantidade de pessoas infectadas?  Sabemos que o macaco que vive no alto das árvores, é cada vez mais raro, e o inseto, como tinha seu alimento nos macacos, passa a atacar o homem. Recentes surtos de raiva ocorreram no sul do Piauí e agora são freqüentes em outras áreas, porque o morcego-vampiro foi obrigado a trocar pelo homem seus animais silvestres prediletos. O barbeiro, inseto hospedeiro do protozoário causador da doença de Chagas, se adaptou para habitar residências em regiões desmatadas e agora ataca o homem ao invés dos animais da floresta, como fazia antes. Moscas pretas conhecidas como pium, que infestam as matas da fronteira do Brasil com a Venezuela, são atualmente responsáveis por um foco de oncocercose, ou cegueira-do-rio, que causa perda de visão nos infectados. Como o inseto vive em outras regiões do país, há o risco de pessoas propagarem a doença aos seus locais de origem. Como se vê, as doenças ditas tropicais, estão retornando com uma força jamais vista. E a população como fica? Novamente voltamos ao velho lenga lenga das autoridades, afirmando nos meios de comunicação que já tomaram todas as providências e que a incidência das doenças tropicais estão diminuindo. Somente conversa pra boi dormir.

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